O Impacto dos Fatores Culturais na Cultura de Segurança e a Proliferação dos Riscos Psicossociais

O Impacto dos Fatores Culturais na Cultura de Segurança e a Proliferação dos Riscos Psicossociais

Quando as organizações fixam para si o objetivo de atingir os “zero acidentes”, têm que contemplar no sistema de gestão de segurança, a cultura nacional, organizacional e de segurança.

Neste artigo é apresentado um modelo conceptual, a partir do modelo de cultura nacional de Hofsted (1991), do modelo de reciprocidade de cultura de segurança de Cooper (2002), tendo-se cruzado as dimensões da cultura nacional com as dimensões da cultura de segurança. Será necessário testar empiricamente o modelo.

Resumo

Quando as organizações fixam para si o objetivo de atingir os “Zero acidentes”, é importante fazer uma análise cuidada dos incidentes e acidentes de trabalho por intermédio da investigação dos mesmos, procurando perceber as causas que estão na sua raiz e agir em conformidade com os resultados obtidos.
Desta forma, propomos uma visão mais alargada de fatores de influência que possam contribuir para a segurança e para os acidentes, partindo de uma revisão crítica da literatura. foi desenvolvido um modelo conceptual, a partir do Modelo de Cultura Nacional de Hofsted (1991), do Modelo de Reciprocidade de Cultura de Segurança de Cooper (2002), tendo-se cruzado as dimensões da cultura nacional com as dimensões da cultura de segurança, respetivamente, permitiu por intermédio desse cruzamento aferir algumas configurações de cultura de segurança.

Palavras-chave: cultura nacional, cultura de segurança, riscos psicossociais e acidentes de trabalho.

A Influência da Cultura Nacional na Cultura Segurança

Com o processo de globalização e com a introdução de novas tecnologias, emergem novas formas de organização do trabalho que têm um grande impacto na segurança e saúde dos trabalhadores (Dekker, 2005). Como forma de alavancar as questões que se prendem com a segurança e saúde dos trabalhadores, as organizações adoptam novas formas de prevenir os incidentes, acidentes e atos inseguros por intermédio de mudanças comportamentais ao nível indivíduo e da organizacão (Geller, 1994). Mas a realidade é que existe um conjunto de fatores culturais que exercem uma influência muito forte sobre os comportamentos dos trabalhadores, e consequentemente interferem com a perceção de risco e, inevitavelmente, vão dar origem a atos ou condições inseguras que se vão refletir em acidentes de trabalho (Hofstede, 1991; Cooper, 2002). a forma como esses mesmos acidentes vão ser analisados, vão também ser fortemente influenciados pelos fatores culturais, que exercem a sua influência de forma direta e indireta.

Para Hofstede (1991) estes padrões de pensamento, sentimento e ação potencial são instalados na mente de cada um dos indivíduos e constituem-se como programações mentais, sendo que estes encontram a sua origem nos diversos ambientes sociais que experienciamos ao longo da vida e, são normalmente, designadas por Cultura.

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